Agora a desejar sua presença de alguma forma, uma imagem reluzente que corta minhas retinas, um som entorpecido abafado pela distância, marcas, signos pálidos em contraste com o negro que te molda. Enquanto isso, fico aqui tomando meu chá com mel - viajando por linhas bem desenhadas como um refúgio para a imaginação, e te espero...
Escuro como tem que ser o meio de uma noite, no céu a cúmplice de sonos e sonhos se esconde mostrando apenas sua negra face. E eu, aqui, me recolho no vazio do meu quarto, no mundo vasto de pensamentos que vêm um atrás do outro, rápidos como raios reluzentes a cortar o céu, antes que o deus finalmente venha, me tome pela mão e me leve um pouco distante, ainda assim perto de tudo que acontece.
E lá, onde espera-se descanso e desligamento, você me aparece - novamente você... Por companhia apenas seu cão, um animal de porte grande, de um pêlo branco prateado que transmite toda sua imponência com o olhar, não aquele típico de um animal ou de uma fera, mas uma presença sábia e firme, que parece adentrar a mente e desvendar os pensamentos.
Assim abro os olhos, com uma dor surda na barriga, olhos turvos, corpo quente... sua figura ainda forte em minha lembrança, bem como a de seu companheiro. Repetidos peregrinos no meu mundo, a invadir meus sonhos e ocupar espaço em meus pensamentos.
Enfim volto à realidade.
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