Thursday, July 30, 2015

.:winds of change:.

começaram a surgir os girassois. de modo sorrateiro, doce mas incisivo eles vem lembrar que os ventos estao mudando. o ar começa a ser pungente à noite, principalmente depois de um temporal. a vegetaçao começa a perder o viço trazido pela primavera e demonstra no seu amarelar e secar progressivo que precisa de tempo, precisa de descanso, precisa se reconstruir. e assim todos nos.

"life doesn't come in small doses" - eu deveria fazer uma camiseta com essa escrita. nao, o mundo nao para porque voce tem que se reavaliar. nao, os compromissos e responsabilidades nao esperam até que voce se sinta realmente pronto. nao, a vida nao vai aguardar um momento tranquilo para te dar a oportunidade de crescer. ela nao vem em doses homeopaticas, ela nao se faz gentil. ela te sacode, te joga no meio da tempestade com o teu barquinho. voce consegue ser multitarefas? que bom! nao consegue? que pena, o mar nao se vai se acalmar nem pra voce. ou se encara a tempestade, e acolhe o que os elementos tem a te acrescentar - saindo diferente da experiencia, talvez um pouco machucado, mais prudente, com certeza mais sabio -  ou voce corre pra se resguardar na cabine ou na estiva, se protege, se esconde.

Voce sempre pode se esconder, as tempestades nao duram para sempre, mas no que isso ajuda? voce nunca descobriria do que seria capaz, nunca alcançaria o teu potencial. sem crescer, sem adquirir experiencia, a unica coisa na qual voce se tornaria especialista seria em como fugir de tempestades. mas onde estaria o desafio? onde estaria a satisfaçao de navegar em meio ao temporal, ainda que queira dizer fechar as velas, esperar, sem lutar contra o mar, mas aprendendo com ele. algumas vezes nao tem muito o que possa ser feito em uma tempestade, mas nao é produtivo fingir que ela nao esta ali.

quando ela passar voce vai ter que avaliar os danos e reconstruir. mais facil ter observado como ela agia, ser mais eficiente na sua movimentaçao, poder se adaptar para enfrentar melhor a proxima, sabendo do que voce é capaz e o que pode fazer a mais quando o desafio seguinte surgir. e navegar, sempre mais longe, até perder de vista o que tinha de seguro e perceber que talvez voce se sinta melhor do outro lado. nos resta nos aventurar, e com sorte, conhecer com quem esta iniciando a viagem e chegar a um acordo de partes ao final dela.

que venham os ventos! que o outono traga mudanças e as folhas velhas caiam por terra. que as raizes se tornem mais fortes e que se possa crescer. as folhas mudam, assim é. que possamos preservar o nosso centro, saber qual ele é, e deixar que as mudanças a todo o resto aconteçam.

foto antiga, ha muitas vidas atras.

Monday, July 27, 2015

.:e se:.

O contínuo planejar, e tentar prever, projetar, se preparar, adaptar, analisar, e recomeçar numa dança infinita de ações e consequências e reações que buscam o amanhã; que se mantêm incansáveis em busca de um futuro que pode nunca chegar.

Mas, e se tentássemos só uma vez parar de colocar tudo no microscópio?  E se abandonassemos arrependimentos e expectativas só por um momento. E se estivéssemos , ainda que por pouco, imersos naquele mísero minuto. Presentes no agora. Só por uma vez.

E se a liberdade de tudo que nos detêm, nos permitisse aproveitar e realmente viver a realidade sem sombras nem sonhos. Sem os fantasmas do que foi ou os germes do que esperamos que seja.

E se naquele segundo,  ínfimo, volátil e efêmero, apenas vivêssemos?


Wednesday, July 22, 2015

.:aquele sobre as neuras:.

*fotos gratuitas nao conectadas em algum modo ao post.

talvez todos tenhamos uma neura (ou varias em alguns casos), principalmente quando se trata de segurança. Tem gente que tem neura de pega-ladrao, outros de rede para gatos, mais alguns de produtos de limpeza e tomadas ao alcance de crianças. A maioria das minhas neuras sao aparentemente justificadas, mas uma que me criticam sempre é o meu modo de transitar com veiculos de rodas.

eu sei as leis do transito. sei que se o sinal esta verde posso passar sem problemas, sei que posso abrir a porta do carro se està do lado da calçada sem risco de pegar um ciclista, sei que se estou numa rua principal a precedencia é minha e nao tenho que me preocupar em cruzamentos. eu sei disso tudo, mas nao confio. por que nao? porque o mundo esta cheio de idiotas. EU sei disso tudo, mas de repente o average joe la da esquina nao sabe, e vai causar danos.

toda vez que eu estou dirigindo com a familia no carro ouço a mesma frase do motorista oficial se repetindo: "voce sabe que tem a preferencia, que nao precisa reduzir, nao sabe?". depois de um tempo dizendo "eu sei, mas minha filha esta no carro, nao custa redobrar os cuidados, meus reflexos nao sao tao bons, blah blah blah" passei a so sorrir e acenar com a cabeça.

sigo o mesmo conceito andando de bicicleta. a diferença é que sozinha eu sigo as regras e paciencia, com a pequena na cadeira a atençao é dobrada porque se cairmos ela se machuca, e muito. e sim, tenho plena consciencia que me envolvo nos acidentes de bicicleta/mobilete mais ridiculos do mundo: ir contra um jardim para nao atropelar uma lagartixa? check. Bater numa arvore porque um sapo cruzou a estrada na minha frente? check. me arrastar no muro de uma casa por causa de uma ultrapassagem mal calculada? check. mas com a pulga na garupa essas coisas nao acontecem.

quem me ve passar sozinha e com ela atras pensa que sao duas pessoas completamente diferentes pelo modo de transitar. sozinha estou sempre correndo. SEMPRE. nao importa se tenho tempo. é mais divertido. se ela esta atras vou devagar, conversando e cantando para ela me responder e eu ter certeza de que ela està bem. Normalmente vamos à escola por um caminho que nao é a ciclovia. isso porque acho mais seguro, maior visibilidade nos cruzamentos e a responsabilidade de parar no "stop" é nossa, e nao de um outro alguem. a desvantagem é que nao tem sombra.

Hoje eu precisava de sombra, logo, mudamos caminho e fomos pela ciclovia. diz a lei que se estou na ciclovia, na rua principal, quem deve desembocar na via onde estou deve parar no cruzamento e olhar antes de entrar na mesma. Agora, todos sabemos que nao existem so carros na rua, e que uma ciclovia permite que as bicicletas passem nos dois sentidos mesmo em ruas de mao unica. todos sabemos, mas a iguana inconsequente que cruzou nosso caminho hoje nao usou o que sabia. esse ser desprovido de senso imaginou que pela principal ser uma rua de mao unica ele nao precisava se preocupar em olhar pros dois lados. ele pensou que se viesse olhando pra origem do trafego de longe ele nao precisaria reduzir nem mesmo parar antes de entrar na principal porque todos sabem que reduzir e parar quando voce esta de moto é pouco pratico. esse genio dos motores teria nos acertado em cheio se nao fosse a minha neura de reduzir e olhar mesmo estando na principal. eu freiei. minha filha se assutou, porque mesmo prestando atençao e indo devagar ela sentiu a parada. o genio dos motores responsavel por essa direçao exemplar percebeu a besteira que estava fazendo quando ja tinha passado da faixa da ciclovia e estava com a roda da frente na rua propriamente dita. quando ele nos viu, se assustou, freiou e quase caiu. QUASE. pena. mesmo.

e embora a pessoa tenha mantido a compostura para nao assustar ainda mais a filha, que se sentiu ofendida como quando voce passa num buraco rapido demais, o sangue ficou fervendo. e ficou a vontade de dar aquela cabeça vazia em pasto a vespas no melhor estilo hannibal. e isso é tudo. amanha, mesmo que chegue o segundo sol, voltaremos ao percurso habitual, porque nao posso esperar ter sempre sorte, e porque idiotas existem e transitam livremente pelas ruas.

alguma neura tua ja foi justificada? 

Tuesday, July 21, 2015

.:dandelions:.

"kids will blow dandelion fuzz"
because who doesn't love olaf? And summer? And dandelions? Anyway, post in portuguese.



Aqui estamos caminhando velozmente em direção ao fim do verão, e os dentes de leão estão em todo lugar. A pulga tem uma fascinação por essas plantas, então temos rotas proibidas na ida à escola, leia-se com mais de 100 dentes de leão todos no mesmo lugar que nos impossibilitariam de chegar ao destino antes do fim da colonia de ferias. ^^

Deixando de lado a praticidade que a vida adulta nos traz, devo admitir que eles sao realmente fascinantes. Nao so na forma de penugem leve que anuncia a necessidade de largar as amarras para tras, de libertar-se, de manter apenas o que è essencial e deixar que o outono carregue a bagagem extra, preparando o terreno para novos caminhos, para novos graos, vida que vira na primavera. Não, não è só esse alerta, esse chamado urgente. È todo o processo, e para quem gosta de simbolismos e analogias não poderia ter algo que despertasse mais vontade de observação e meditação.

Voces conhecem o processo do crescimento e transformação do dente de leão? Não? Bem, eu explico... (Como se isso não fosse esperado). Nos montes daqui o inverno torna a paisagem arida, a grama rasteira e fosca, poucas coisas se destacam em meio à desolação do inverno, ao menos até que surjam as primeiras flores, aquelas com os bulbos, que resistem às temperaturas escondidas dentro das "batatas" e sentem a mudança -a luz- chegar antes de todos. Em meio ao perfume das flores de primavera, aparecem essas plantas, com folhas disformes, odor forte e pungente, raizes resistentes e longas, e uma ramagem ampla, que esconde uma boa porção da grama em torno a ela impedindo que o sol chegue até a mesma para fazer com que a mesma torne fresca e verde. Essa planta nada atraente é inimiga dos jardineiros, porque deixam circulos estereis de grama marrom e seca onde antes estavam. Porque suas raizes são longas e sedentas, e tiram o sustento de flores mais delicadas que possam estar proximas a ela. Essas folhas, servem so para serem comidas, e por pessoas com um paladar que aceita bem o amargor, e sabe apreciar os sabores fortes, porque ele é como suas raizes. Resistente a intemperies, feito para durar e nao para agradar, deve manter a si mesmo e se as plantas ao redor são fortes o suficiente para coexistir, que sejam bem vindas, mas não esperem que essa planta, essa erva daninha se adapte às necessidades alheias. Não, ela não foi feita para deleite e aprovação das massas.

Com o tempo, essas folhas ganham uma haste, para os famintos de seu gosto forte isso é o sinal de que chegaram tarde demais, uma vez que a flor se está preparando para brotar o "espinafre dos bosques" não è mais adapto ao consumo, sua natureza hostil e individualista esta começando a mutar. E la resta - se sobreviveu até agora- essa erva daninha, que não tem mais nenhuma ultilidade, nem servir de sustento. Sua flor lembra espinhos, cresce alta e imponente, mas convida a manter distância com seu aspecto rustico. Em meio aos outros especimes de petalas suaves e perfumes doces e convidativos o dente de leao nesse estagio não é um "gran chè", dificil que alguem olhe duas vezes para esse especime, ou queira esperar, aguardar pacientemente para ver o que reserva o futura dessa planta tao estranha. O modo mais rapido de se livrar dessa falha no gramado é com um cortador de grama, já que a haste que o sustenta é mais alta que a das margaridas ao redor.

Depois de todo esse trajeto, a flor, aquela que nao foi cortada, amarela como o sol do verão que se aproxima, se fecha, reclusa em si mesma, e seca. Seria fácil pensar que acabou. Que sua jornada se conclui com esse fim triste e desolado, com a introspecção solitaria no limiar da estação que fara amadurecer os frutos, trazendo o doce com seu calor e luz. Mas não... Ela tem a raiz forte. Só precisa do seu tempo, para se tornar tudo que pode ser, para se livrar do que a impede de se oferecer ao sol com a leveza de quem traçou seu caminho, de quem cresceu, lutou e se transformou.

Essa erva daninha ressurge no auge do verão, com a sua fluidez, feita da matéria intangível da qual são feitos os sonhos. Sua penugem se mantém forte contra o vento enquanto sustentada das raizes que a fazem lembrar do que é, do que foi. Até que mãos pequenas e curiosas a separam do solo, e a nuvem de petalas que antes se agarrava ao que tinha de certo, de seguro, se deixa ir. Livre, com a brisa que passa, com o sopro de labios ansiosos em verem o voo dessa flor que não é flor, desse pedaço de nuvem que nunca atinge a terra e parece flutuar cada vez mais alto levado pelo vento. Essa maravilha efemera, que parece fragil e inconsequente finalmente segue, e voa.



*ignorem a musica do video. foi o melhor que encontrei.*

Thursday, July 16, 2015

.:thunder and lightning:.

When will you get it?
When will you understand that it is not about the ring, but about the gesture behind the asking?
when will it down on you that it is not about sacrificing who you are, but embracing who both people can be?
when will you get that it is not about bringing flowers, but it is about making whatever it is you are bringing matters, because the person you are giving it to matters. It is about caring to know each other, to know each other so well that you can feel it without much thought and just know what will bring a smile to their faces, or what is off limits. It is not about laying down gifts, it is about investing what is the most precious thing you have: time; and enjoying it together.
when will you see that life is not perfect, that you will waste it if you just keep waiting for perfection to happen and frowning upon what is real.

It is not about expecting there won't be any storms, but knowing they will end eventually and facing them. And while they last, why not roar back to the thunder, or dance to its rhythm, hand in hand?

Monday, July 13, 2015

.:um pouco de normalidade:.

 Mudanças em geral sao dificeis, ainda mais quando voce è pequeno. Quem nao lembra de mudar de casa, ou de escola, ou perder um bichinho, ou um ente querido? Sao coisas normais, sao parte da vida, e nao podemos evitar que nossos filhos passem por elas. Nem esconder o que acontece de verdade.

O que faço? eu tento dar a ela um pouco de normalidade. Um porto seguro onde ela possa ir se tudo for demais.
Quando nos mudamos eu nao me preocupei com as roupas que ela levaria, mas escolhi criteriosamente os brinquedos que ela mais gostava e carreguei na mala. Os secondarios foram enviados por correio, mas a Camila veio com ela no aviao. Os livros mais queridos e a fazendinha de tecido. Ao chegar, antes de desfazer as malas, achei um lugar que fosse acessivel a ela (prestes a fazer um ano), arrumei os livros e brinquedos e disse que eram as coisas dela, que ela podia pegar quando quisesse. Pronto. Criança um pouco mais calma, ainda assustada e incerta, mas tinha o seu refugio.

E voltamos ao mesmo processo, eis o novo refugio:


 

Saturday, July 11, 2015

.:criando filhas:.

"Nós criamos os filhos para o mundo. "

Todas as mães têm suas máximas de sabedoria popular, essa é uma das minhas preferidas. Minha mãe a usava frequentemente, mas comecei a entender melhor a verdade nas palavras depois que minha filha nasceu.


Qual é o jeito certo de criar um filho? Educar sem
ser tirano, encorajar e desafiar sem ser imprudente, acompanhar sem ser invasivo. A linha onde se caminha é tão delicada e as sutilezas tão ínfimas que se questionar como pai e educar é uma tarefa quase impossível.

Cada pai ou mãe presente sabe os limites dos próprios filhos, e como guiar o superamento de tais limites para que o filho cresça. Isso é possibilitar o despertar da autonomia, é infundir auto - confiança. Permitir que ocorram erros e que se aprenda com eles torna o filho mais independente, observador, e livre.

A frustração de uma falha é essencial, e a perseverança que se segue mostra que a vida não é um presente, é uma conquista. Cada passo, cada experiência, acrescenta uma bagagem insubstituível na vida de qualquer um, exponencialmente maior na vida de uma criança. Eles estão começando a encher as malas, nosso dever como pais não é preencher a bagagem para eles, mas abrir possibilidades. Apresentar opções que sejam úteis e valiosas, e acima de tudo, que surjam de forma leve.

Esse é o ponto onde discordo de muitos pais : as crianças devem saber as coisas. Não acredito que "proteger" os filhos de situações difíceis seja benéfico para eles. Os medos, os preconceitos não são deles, eles estão prontos para abraçar a vida na sua totalidade, essas limitações são minhas e tuas. Se a criança aceita erro e responsabilidade como algo natural, ela não vai escapar e morrer de medo se sujar as roupas brincando ou comendo, ela vai dizer "não tem problema, acontece. Te ajudo a limpar ".

Os meios para trazer o mundo a uma realidade mais tangível são muitos. O meu preferido são histórias. Um olhar atento permite usar a realidade das crianças para que eles entendam a nossa realidade, porque no final, ambas são as mesmas. Saber olhar o mundo de modos diferentes, saber se acalmar e pensar na melhor solução.

São tantas as coisas que pensamos importar para que os filhos cresçam bem que às vezes nos julgamos não ser à altura. achamos que negligenciamos algum ponto imprescindível, o que é de certa forma tolo.

Por isso hoje passo aqui para deixar a mim mesma  a minha máxima, que a esse ponto já deve estar gravada a ferro e fogo na cabeça da minha filha:
"não tem problema se você errou, quer dizer que você está aprendendo. O importante é fazer sempre o melhor que você pode. E praticar, porque você é capaz, só precisa do teu próprio tempo."


Thursday, July 09, 2015

.:arquitetura e urbanismo:.

Sabe aqueles prédios antigos? Desses que sempre estiveram lá, que te fazem sorrir quando passa por eles por representar algo de bom, de imutável, por ser acolhedor no meio do caos crescente e insano da cidade que explode em barulho e confusão. Esse prédio é alento, a calma no olho do furacão.

Embora o prédio esteja lá, o que se sabe do prédio? Muito pouco, ou nada. Só a sua presença na paisagem é o suficiente para que estejamos satisfeitos com a sua existência. Para que se importar em restaurar o prédio de vez em quando? Ele está lá, imponente e resistente como sempre esteve. Inabalável na sua poesia leve.

Mas e se não for essa a realidade do prédio? Como saber se nunca nos preocupamos em entrar, visitar, conhecer o interior desse ícone que nos faz bem? Talvez, durante os anos, as pinturas que adornavam as paredes tenham adquirido cores desbotadas e tristes, os quadros tenham caído, a mobília tenha sido saqueada ou estragada por traças e cupins. De repente, os salões internos que antes abrigavam vida e cores tenham se enchido de pó e desolação, mantendo somento um espaço vazio e sem calor.

Quem sabe as fundamentas dessa construção tenham começado a ruir, afundando paredes divisórias e pavimentos, soterrando na escuridão cômodos agora vazios, que uma época ecoavam risos e carregavam histórias.

Ah, que ilusão indolente e orgulhosa pensar que algo se sustenta sem ciidados, sem atenção. O prédio que antes parecia inabalável existe apenas na fachada. Até que, o que era belo, começa a ruir. Como descobrir esse processo lento e silencioso observando de fora? O que pode indicar tal transformação cruel e incontrolável, que se insinua de forma tão sorrateira que nenhum passante desatento pode perceber?

E assim, sem aviso, sem porquê, um dia a fachada não existe mais, o que começou do interno se difundiu e transformou o edifício em escombros e pó. E o que era belo e forte agora não é mais.

Tuesday, July 07, 2015

.:strada facendo:.

wow, acho que é o primeiro titulo em italiano, mas nao estou com vontade de checar agora. E caso alguém tenha notaso, sim, é uma referencia à Pausini, já que agora finalmente entendo porque "Marco se n'è andato via" e muito mais.

Aos fatos, primeira vez que dirjo sozinha o carro novo e tenho algumas considerações a serem feitas. Carro que não precisa de chave para abrir e fechar portas ou dar partida é uma idéia genial, nem perdi vinte minutos procurando/achando/guardando/chaves/abrindo/fechando/portas/com/telecomando. Ponto a favor pro carro. Retrovisor ajustavel para ver a marcação do estacionamento é outro ponto a favor. E paramos por aí.

Sensor de estacionamento com a ré engatada é legal, quando ele não te dá um falso senso de segurança, já que barras não são lidas pelo sensor. E, só pra informar, eu imaginei isso antes e não quebrei nenhuma parte do carro, muito obrigada. Esse carro dá a impressao de ser maior que o anterior, e muito maior que o meu era, o que não ajuda quando você está numa das ruazinhas de mão dupla feitas para trafego de carroças há quase um milênio atrás indo de encontro a um trator. (Paro? Vou? Vou só reduzir. Tem uma plantação aqui do lado tá beleza, o dono nem vai perceber se amassar algumas espigas de milho. Pera! Ai, o fosso!)

A minha implicancia com os ciclistas continua. No verão eles são piores que a praga dos gafanhotos, aparecem em bandos,  circulam lado a lado ocupando toda a rua, andam sem as mãos no guidão (hellooo, eles não viram cidade dos anjos? Anyway), sem farois na frente ou atrás e não sinalizam o que pretendem fazer da vida deles. Isso é agravado pelo fato desse carro ter a potência medida em lesmas ao invés de cavalos. Enquanto o audi arrancava com a terceira engatada facil facil, esse precisa de segunda e muita fé. Se tem uma ladeira pela frente voltamos pa primeira e pisando fundo porque senão o bichinho morre. Logo, se tem o caro ciclista na frente demora ter uma boa possibilidade de ultrapassagem (lembram? Ruas estreitas, curvas, tratores. Deu pra ter uma idéia). Mesmo assim, tenho o prazer de anunciar que todos escaparam incólumes. Surpreendente, não? Eu achei também.

Das considerações gerais:
1. Dirigir de tenis, sandalia, bailarina, descalça, não faz a menor diferença. Já saltos ou sapatos de sola dura são um não-não bem grande.
2. Calças, ok. Bermudas, ok. Saias amplas, ok. Saia lápis (principalmente se combinadas com meia 7/8) são um não-não. A menos que você esteja querendo subornar um policial ou tenha vidros filmados.
3. Dirigir com o por do sol sucks. Big time!
4 mas dirigir de noite, depois do trabalho em ruas do interior com pouca iluminação e rádios que só tocam musica de elevador, é bem pior.
5. Cantar entusiasticamente pode causar um desvio na rota original, mais conhecido como um atalho um pouco mais longo.

No fim do dia, se preciso, dirigir nem é tão ruim assim.

Monday, July 06, 2015

.:the one about preservation:.

Devido à nova paixão da pequena por rosa (ewwww) e o estado calamitoso das paredes do quartinho, ele está ganhando pintura nova. Ele pintou teto e paredes.  Minha idéia era: quadro embaixo da cama para ela colorir e um castelo com fadas onde ficava a árvore.

Compra errada na quantidade da tinta do teto e cabe a mim contornar a dita árvore. Acontece que começo a apreciar a solução prática dos pintores responsáveis pela sala paroquial coberta de afrescos : "dá uma mão de branco por cima de tudo e está resolvido ".

Acontece que pintar liberamente foi muuuuuuiiiiiiito mais fácil que tentar preservar esse artigo. E tenho dito. Cada pincelada errada te faz querer se dar um tiro no pé porque as cores originalmente usadas secaram, sem código, ou sobras.  Legal.

Se conseguir, atualizo com uma timecapsule depois.

Wednesday, July 01, 2015

.:whozits, whatzits and thingamabobs:.

Muitas coisas na cabeça e pouca vontade de escrever, então vamos ao desnecessário, que é mais fácil de afrontar.

Realidade sobre a cultura Italiana : você enlouquece se voce gosta de trilhas sonoras e decide assistir TV por um dia. Um fato que normalmente foge da minha mente é que aqui eles tem uma seleção randomica de músicas a serem usadas em reclames de filmes ou séries.  Exemplos disso? "Wake me up before you go go " foi a música usada por dois anos na chamada de Friends. Mesmo sem escolher a música tema eles poderiam selecionar uma das várias usadas nos dez anos de série, "with or without you" , "space oddity" , "I go blind",  "The lion sleeps tonight" , "angel of the morning ", qualquer música da phoebe  (little black curly hair sendo o segundo lugar , ou até "Frank goes to Hollywood " como referência da camiseta. No entanto, crap promo guys selecionaram uma música que eu não consigo relacionar de algum modo com a série. "Kissing you" para a casa no lago, "highway to hell" pra Thor, e a lista continua.

e, embora esse hábito de deixar estagiários entorpecidos decidirem como fazer publicidade da programação me irrite profundamente, em alguns momentos eles têm uma certa beleza poética. É o caso de "Erase /rewind" sendo usado por anos para cold case, ou, como presenciado recentemente esse um canal infantil, "ymca" tocando na chamada pros smurfs. Às vezes suas Pet peeves podem te divertir.

Enquanto isso, vamos adiante um dia de cada vez.