Tuesday, July 21, 2015

.:dandelions:.

"kids will blow dandelion fuzz"
because who doesn't love olaf? And summer? And dandelions? Anyway, post in portuguese.



Aqui estamos caminhando velozmente em direção ao fim do verão, e os dentes de leão estão em todo lugar. A pulga tem uma fascinação por essas plantas, então temos rotas proibidas na ida à escola, leia-se com mais de 100 dentes de leão todos no mesmo lugar que nos impossibilitariam de chegar ao destino antes do fim da colonia de ferias. ^^

Deixando de lado a praticidade que a vida adulta nos traz, devo admitir que eles sao realmente fascinantes. Nao so na forma de penugem leve que anuncia a necessidade de largar as amarras para tras, de libertar-se, de manter apenas o que è essencial e deixar que o outono carregue a bagagem extra, preparando o terreno para novos caminhos, para novos graos, vida que vira na primavera. Não, não è só esse alerta, esse chamado urgente. È todo o processo, e para quem gosta de simbolismos e analogias não poderia ter algo que despertasse mais vontade de observação e meditação.

Voces conhecem o processo do crescimento e transformação do dente de leão? Não? Bem, eu explico... (Como se isso não fosse esperado). Nos montes daqui o inverno torna a paisagem arida, a grama rasteira e fosca, poucas coisas se destacam em meio à desolação do inverno, ao menos até que surjam as primeiras flores, aquelas com os bulbos, que resistem às temperaturas escondidas dentro das "batatas" e sentem a mudança -a luz- chegar antes de todos. Em meio ao perfume das flores de primavera, aparecem essas plantas, com folhas disformes, odor forte e pungente, raizes resistentes e longas, e uma ramagem ampla, que esconde uma boa porção da grama em torno a ela impedindo que o sol chegue até a mesma para fazer com que a mesma torne fresca e verde. Essa planta nada atraente é inimiga dos jardineiros, porque deixam circulos estereis de grama marrom e seca onde antes estavam. Porque suas raizes são longas e sedentas, e tiram o sustento de flores mais delicadas que possam estar proximas a ela. Essas folhas, servem so para serem comidas, e por pessoas com um paladar que aceita bem o amargor, e sabe apreciar os sabores fortes, porque ele é como suas raizes. Resistente a intemperies, feito para durar e nao para agradar, deve manter a si mesmo e se as plantas ao redor são fortes o suficiente para coexistir, que sejam bem vindas, mas não esperem que essa planta, essa erva daninha se adapte às necessidades alheias. Não, ela não foi feita para deleite e aprovação das massas.

Com o tempo, essas folhas ganham uma haste, para os famintos de seu gosto forte isso é o sinal de que chegaram tarde demais, uma vez que a flor se está preparando para brotar o "espinafre dos bosques" não è mais adapto ao consumo, sua natureza hostil e individualista esta começando a mutar. E la resta - se sobreviveu até agora- essa erva daninha, que não tem mais nenhuma ultilidade, nem servir de sustento. Sua flor lembra espinhos, cresce alta e imponente, mas convida a manter distância com seu aspecto rustico. Em meio aos outros especimes de petalas suaves e perfumes doces e convidativos o dente de leao nesse estagio não é um "gran chè", dificil que alguem olhe duas vezes para esse especime, ou queira esperar, aguardar pacientemente para ver o que reserva o futura dessa planta tao estranha. O modo mais rapido de se livrar dessa falha no gramado é com um cortador de grama, já que a haste que o sustenta é mais alta que a das margaridas ao redor.

Depois de todo esse trajeto, a flor, aquela que nao foi cortada, amarela como o sol do verão que se aproxima, se fecha, reclusa em si mesma, e seca. Seria fácil pensar que acabou. Que sua jornada se conclui com esse fim triste e desolado, com a introspecção solitaria no limiar da estação que fara amadurecer os frutos, trazendo o doce com seu calor e luz. Mas não... Ela tem a raiz forte. Só precisa do seu tempo, para se tornar tudo que pode ser, para se livrar do que a impede de se oferecer ao sol com a leveza de quem traçou seu caminho, de quem cresceu, lutou e se transformou.

Essa erva daninha ressurge no auge do verão, com a sua fluidez, feita da matéria intangível da qual são feitos os sonhos. Sua penugem se mantém forte contra o vento enquanto sustentada das raizes que a fazem lembrar do que é, do que foi. Até que mãos pequenas e curiosas a separam do solo, e a nuvem de petalas que antes se agarrava ao que tinha de certo, de seguro, se deixa ir. Livre, com a brisa que passa, com o sopro de labios ansiosos em verem o voo dessa flor que não é flor, desse pedaço de nuvem que nunca atinge a terra e parece flutuar cada vez mais alto levado pelo vento. Essa maravilha efemera, que parece fragil e inconsequente finalmente segue, e voa.



*ignorem a musica do video. foi o melhor que encontrei.*

1 comment:

  1. Vc deveria escrever mais sobre essas coisas bonitas.
    É um deleite para os olhos. :)

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